Variante delta: entenda a nova ameaça do coronavírus

A variante delta do coronavírus SARS-CoV-2, o causador da covid-19, agrava a pandemia por onde passa. Identificada pela primeira vez no fim de 2020 na Índia, onde gerou caos no sistema de saúde e funerário com o aumento dramático de casos e mortes, a linhagem do patógeno é pelo menos 50% mais contagiosa do que as variantes anteriormente conhecidas — se usarmos uma estimativa conservadora.

Dados recentes mostram que a delta é a variante dominante (responsável por mais da metade das novas infecções) em países como Estados Unidos e Reino Unido, que já estão com a maior parte da população completamente vacinada e experimentam uma reabertura econômica.

Mas a pandemia nesses lugares tem uma cara diferente; a doença atinge, agora, os não vacinados. Uma análise da agência de notícias Associated Press, feita com dados do governo americano e publicada no fim de junho, mostrou que 99% das mortes por covid-19 ocorridas no mês de maio deste ano no país foram de pessoas que não tinham completado a vacinação.

São considerados completamente vacinados aqueles que receberam as duas doses de alguma vacina aprovada para uso ou dose única da vacina da Janssen. A imunidade se completa após pelo menos duas semanas da segunda injeção ou da vacina dada em dose única. O período é necessário para que o corpo produza corretamente os anticorpos e outras células de proteção contra a doença.

No Brasil, a variante delta circula pelo menos desde o mês de maio, com a identificação da linhagem no Maranhão. Casos pontuais vêm sendo divulgados por governos locais, mas muito provavelmente os números não correspondem à realidade, uma vez que o país ainda faz poucos testes e sequenciamento genético do vírus presente na população.

Profissional da saúde faz teste de covid-19

Em São Paulo, o primeiro caso foi registrado no início de julho, e dados recentes mostram que a variante é responsável por pelo menos 23% dos novos casos — no Rio de Janeiro, 45% das amostras testadas já contêm a variante delta.

Especialistas afirmam que a delta tem o potencial de causar uma nova onda da doença no país. “A pandemia não acabou, e, no Brasil, estamos longe de ter uma cobertura vacinal para proteger contra formas graves da covid-19", afirma a virologista Jordana Alves Coelho dos Reis, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Por que a variante delta é mais contagiosa?

Mutações em vírus são esperadas, e desde o início da pandemia os cientistas alertam que algumas dessas transformações na estrutura do patógeno podem torná-lo mais perigoso. No caso do SARS-CoV-2, as mutações que geram maior preocupação ocorrem na espícula do vírus, a proteína S (spike).

A espícula é a parte que reveste o coronavírus, e que ele usa para se conectar às células humanas através de um receptor (ECA2), e, assim, iniciar uma infecção. Uma vez dentro, ele usa o aparato da própria célula como uma fábrica para gerar mais cópias de si mesmo e se espalhar pelo hospedeiro.

“A mutação neste local melhora a capacidade que o vírus tem de entrar na célula, e isso acelera a transmissão", diz Filipe Piastrelli, médico infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Segundo Reis, a variante delta é resultado da evolução do vírus. “É um processo de seleção natural; diversas mutações ocorrem quando o vírus se multiplica, algumas delas são muito positivas para ele, como as que tornam o vírus mais transmissível e com maior capacidade de causar doença. Essas mudanças seguem adiante", explica.

A variante delta causa doença mais grave?

No fim de julho, documentos do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) obtidos pelo jornal The Washington Post, apontavam que a variante delta parece causar uma covid-19 mais severa do que as variantes anteriormente conhecidas.

Piastrelli diz que a conclusão carece de mais dados, mas as informações disponíveis indicam casos mais graves com a doença causada pela variante delta em pessoas não vacinadas.

Máscaras do tipo N95

Estudos preliminares também mostraram que os infectados pela variante têm uma carga viral maior. “Quanto maior a carga viral presente na infecção, maior a chance de transmissão", afirma Piastrelli.

De acordo com Reis, da UFMG, nos últimos meses houve casos que evoluíram para um quadro renal mais grave. “Precisamos investigar a presença da variante delta, ou outra linhagem do vírus, nesses casos para entendermos o que está levando a esse quadro mais grave", diz.

A virologista diz ainda que os sintomas da covid-19 causada pela variante delta podem ser um pouco diferentes, sendo menos frequente o surgimento de tosse e febre nos estágios iniciais.

Como se proteger da variante delta

Para os especialistas, as regras básicas de prevenção seguem as mesmas: uso correto de máscaras, distanciamento físico, boa ventilação dos ambientes e higiene das mãos.

“A via de transmissão não é diferente. O grande perigo é que quando os números da doença começam a diminuir as pessoas relaxam as medidas de prevenção. Assim, há um maior potencial para o vírus se espalhar”, diz Piastrelli, do Oswaldo Cruz.

Colocado à prova desde o início da pandemia, o uso de máscaras está baseado em centenas de bons estudos que comprovaram a eficácia para diminuir a transmissão de vírus que se propagam pelo ar, como é o caso do SARS-CoV-2, que se espalha principalmente pelos aerossóis (gotículas de saliva muito pequenas que conseguem ficar um tempo maior suspensas no ar).

Reis diz que as máscaras cirúrgicas ou as do tipo PFF2 (N95, no padrão americano), são extremamente eficazes para conter a disseminação de microrganismos. Na falta dessas, a virologista recomenda o uso de máscaras de tecido que tenham boa vedação.

As vacinas protegem contra a variante delta

Ainda não há informações sobre a capacidade que todas as vacinas disponíveis têm de gerar anticorpos neutralizantes contra a variante delta, mas dados epidemiológicos de países onde a linhagem já é dominante mostram claramente que os vacinados estão muito mais protegidos.

As duas principais vacinas aplicadas nos Estados Unidos, da Pfizer/BioNTech e da Moderna, têm eficácia reduzida contra infecções causadas pela variante delta, mas ainda são potentes para evitar casos graves e hospitalizações —o que, no atual contexto, já é uma boa notícia.

Vale lembrar que nenhuma vacina contra qualquer doença garante 100% de proteção, e os dados de eficácia divulgados para cada imunizante devem ser lidos com base no contexto em que o estudo foi feito; devem ser interpretados mais como estimativas que valem para determinadas populações.

A redução drástica de mortes e casos graves nos países em que a vacinação está mais avançada é a prova de que as vacinas além de seguras são a melhor opção atualmente disponível para combater a pandemia.



Fonte:
Vovo GaTu


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