Os desenvolvedores do Dolphin afirmam que conseguir uma autorização da Nintendo era uma condição impossível de ser cumprida
Anunciada em março deste ano, a versão Steam do emulador Dolphin não vai mais acontecer. Depois de a Valve retirar a página do software de sua loja, seus criadores anunciaram nesta quinta-feira (20) que não vão mais usá-la como um meio de distribuir o sistema que permite rodar jogos do GameCube e do Wii no PC.
Conforme explicam os criadores do emulador, ele nunca foi alvo de uma ação legal da Nintendo ou de um pedido de derrubada DMCA. No entanto, a Valve deixou bem claro que, para que o aplicativo pudesse ser distribuído, ele precisaria de uma autorização expressa da fabricante japonesa — que não vê o mundo da emulação com bons olhos.
“Estamos abandonando nossos esforços para lançar o Dolphin no Steam. A Valve é a dona da loja e pode colocar qualquer condição que ela deseje para que softwares apareçam nela. Mas dada a postura de longa data da Nintendo sobre a emulação, achamos impossível a exigência da Valve de obtermos a aprovação da Nintendo para um lançamento no Steam. Infelizmente é isso”, explicaram os criadores do programa.
Dolphin não viola propriedades intelectuais, afirmam seus criadores
Na mesma mensagem em que confirmam que o Dolphin não vai chegar ao Steam, seus criadores comentam o fato de que ele usa as chaves de criptografia do Wii como parte de seu código. Eles afirmam ter consultado um advogado que os assegurou que, legalmente, isso não viola qualquer proteção de propriedade intelectual e não há bases para que a Nintendo barre a distribuição do emulador.
“O Dolphin foi criado para recriar os hardwares do GameCube e do Wii como software, e para oferecer meios de um usuário interagir com esse ambiente emulado. Apenas uma parte incrivelmente pequena do nosso código está realmente relacionado à evasão [da criptografia do Wii]. Além disso, os jogos do GameCube não são realmente criptografados, e o Dolphin também pode rodar homebrew e é usado no desenvolvimento de mods de jogos”, afirmam seus criadores.
Eles também criticaram os “advogados de poltrona” que afirmaram que o emulador estava violando propriedades intelectuais, e explicaram que a situação não deve afetar a maneira como as pessoas veem o Steam. As melhorias que estavam sendo preparadas para a versão da loja vão ser aplicadas nas próximas versões do software, incluindo um novo modo “Big Picture” que poderá ser controlado totalmente por gamepads convencionais.
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