Um artigo científico da Universidade da Pensilvânia descobriu que cachorros treinados conseguem identificar a presença do coronavírus em amostras de urina humana. A precisão dos resultados foi de 96%, de acordo com a prova de conceito.
Cachorros são capazes de identificar várias doenças humanas pelo faro |
O trabalho foi publicado em 14 de abril na revista Plos One e foi assinado por mais de 10 pesquisadores. Apesar da descoberta interessante, eles lembraram que uma aplicação prática ainda está distante.
Os cães da pesquisa não devem ser usados para diagnosticar pessoas com covid-19 porque eles só conseguiram diferenciar resultados positivos de negativos quando foram treinados. Os animais não tiveram o mesmo resultado em amostras que eles não haviam tido contato ainda, por exemplo.
Contudo, de acordo com os cientistas, a grande novidade do trabalho foi notar que os cachorros conseguem farejar a doença na urina, já que a secreção possui uma carga viral muito menor do que na saliva e suor.
O labrador Poncho, de 2 anos e meio, foi um dos cachorros treinados para a pesquisa |
No ano passado, acadêmicos alemães já haviam constatado que o melhor amigo do homem é capaz de farejar a covid-19. Após um treinamento de uma semana, os pets conseguiram identificar a presença da doença em vários locais.
Como foram os testes?
O grupo da Universidade da Pensilvânia concluiu o estudo após treinar 8 labradores e 1 pastor-belga-malinois por 3 semanas. Depois desse período, os animais simplesmente aprenderam a diferenciar amostras de urina com coronavírus e sem coronavírus com uma especificidade de 99%. Ou seja, praticamente não havia falsos positivos.
O labrador Poncho, de 2 anos e meio, foi um dos cachorros treinados para a pesquisa |
"Não é uma coisa simples que estamos pedindo aos cães para fazer", disse para o site Live Science a autora sênior do estudo, Cynthia Otto, que é diretora do Centro de Trabalho para Cães da Escola de Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia.
Apesar do alto sucesso com amostras positivas, os animais tiveram um pouco menos de sucesso com amostras negativas. A sensibilidade nesses casos foi de 68%.
Os acadêmicos já estão preparando uma nova e ousada pesquisa. Um grupo de pessoas está sendo selecionado para participar do chamado “Estudo de camisas”, que pretende avaliar se os cachorros conseguem farejar a covid-19 em roupas usadas durante o sono.
"Estamos coletando muito mais amostras nesse estudo - centenas ou mais - do que no primeiro e temos esperança de que os cães se aproximem do que eles podem encontrar em um ambiente comunitário", declarou Otto.
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